AS ORIGENS E PERSONAGENS DA FAMÍLIA CARDEAL




A família CARDEAL, desde que surgiu em Bujões, há cerca  de duzentos anos, criou raízes bem profundas na nossa pequena e histórica aldeia, expandido-se  por muitos outros locais de Portugal e do mundo, continuando ainda hoje a constatar-se a existência de um apreciável número de descendentes portadores desse apelido tão peculiar.
Como de facto acontece com outras famílias de Bujões, tal apelido, porém, não tem uma origem clara e determinada.
Sendo certo que se trata de uma família com raízes interligadas com outras famílias oriundas de povos da região transmontana e duriense, a história dos CARDEAL, de Bujões, assume mais visibilidade quando um dos seus principais personagens, ANTÓNIO, foi baptizado em 19 de Novembro de 1804, na linda Igreja Matriz de São Tiago da Torre do Pinhão. 






Igreja matriz de Torre do Pinhão



 

Vista panorâmica de Torre do Pinhão
 
A cerimónia de baptismo de ANTÓNIO decorreu na presença dos pais, avós, padrinhos e convidados, numa zona que fazia parte da região  cerca da qual se situavam as célebres minas de exploração de ouro do Campo de Jales, mas suficientemente afastada daquele frenesim impressionante, tão  comum às zonas de exploração de minério, usufruindo da beleza e calma de uma região de planalto, então cheia de pinheiros e castanheiros e de culturas de milho e centeio, no meio de fraguedos, e sem que dela se avistasse, em plenitude, aquela paisagem sublime e única no mundo, formada pelas encostas dos rios Pinhão e Douro, bem lá no fundo das ravinas, ladeadas por matas, prados, declives, e vinhas em socalcos a perder de vista!
Aí, nessa zona de beleza bem diferente, nasceu aquele que sendo baptizado com o nome de António, viria mais tarde a casar-se já com um primeiro apelido, Alves. E tal nome - António Alves - consta assim mesmo nos registos dos seus primeiros três filhos, nascidos em Bujões, até que, em 1846, quando do nascimento de mais um filho, já consta completo o nome porque ficará conhecido e passaria à história, ou seja, o de ANTÓNIO ALVES CARDEAL.
E, voltemos por momentos e de novo um pouco atrás, ao que procuravamos transmitir, não se estranhando, portanto, que a maioria dos habitantes daquela região, em pleno coração mineiro do Campo de Jales, ali bem junto a Vreia de Jales, a poucos quilómetros de Torre do Pinhão, se dedicasse a essa rude tarefa em galerias de minas intermináveis e em poços profundos,   na busca incessante e frenética daquele metal precioso e,igualmente, de prata.
Quem diria que, volvidos tantos anos, se sonhe ainda hoje com o renascer dessa época que marcou tantas gerações de mineiros inebriados pela miragem dos veios que serpenteavam incustrados nas rochas e pedras graniticas, dando corpo ao chamado filão dourado.
Vreia de Jales, zona próxima do campo mineiro, em decadência.
E quando tal filão  era arrancado ao ventre da terra, então se fortalecia e  renovava a esperança em dias melhores,porque isso significava mais trabalho para os mineiros incutindo-se mais ânimo e esperança a tantos e tantos que ali labutavam, sofriam, adoeciam e, por fim, partiam, deixando as entranhas da terra a caminho do local onde o ouro não é necessário para nada.
Teria sido António Alves Cardeal um desses intrépidos trabalhadores das inúmeras minas que marcaram para sempre incontáveis e sofridas vidas? Ou terá sido antes proprietário de algumas das  terras concessionadas para exploração, comerciante, capataz do pessoal das minas, ou feitor de alguma quinta, ou mesmo um simples lavrador da região?
Ninguém o saberá ao certo, mas como adiante se verá, ao casar com uma filha de um descendente de pessoas com algum estatuto social e que, seguramente, pertenciam naquela época à chamada nobreza da cidade de Vila Real, residentes na antiga Rua das Pedrinhas, ali bem no centro, tudo nos leva a presumir que não tenha exercido a função de simples e humilde mineiro, uma profissão extremamente dura e agreste, mas embuída, em simultâneo, de elevada dignidade e de incomensurável sofrimento, ainda hoje e sempre.
Por fim, existem dados seguros de que alguns membros desta família com origem na região de Torre do Pinhão e Vreia de Jales, acabaram por fazer vida em Vila Real, Adoufe, e, igualmente, em algumas regiões do Minho, também com o apelido Cardeal, o qual não aparece todavia nos registos dos seus antepassados, ou porque não havia então a preocupação do rigor na elaboração de tais documentos, ou pura e simplesmente porque os tempos eram outros e ninguém se preocupava muito com o correcto complemento dos nomes.


Vista panorâmica de Vreia de Jales. O lugar (aldeia) da Barrela fica a pouca distância.
 
 

Galerias infindas. Há séculos em busca do ouro!



 
 O BAPTISMO DE ANTÓNIO


19/11/1804 - Registo do baptismo de António, realizado na Igreja matriz de Torre do Pinhão


ANTÓNIO, filho legítimo de José Alvares Longo e de Luzia Alvares Martins, neto pela parte paterna de Domingos Alvares Longo e de Maria Alvares, e pela parte materna de André Ribeiro e Maria Martins, todos deste lugar e freguesia de São Tiago da Torre do Pinhão, do lugar da Barrela, freguesia de Nossa Senhora da Assunção, de Vreia de Jales...
Nasceu aos dezanove do mês de Novembro do ano de mil oitocentos e quatro

Foram padrinhos: António Ribeiro, solteiro, filho de André Ribeiro, da Barrela, e Quitéria, solteira, filha de António Portilho. 

Nota: O apelido Alvares, usado pelos pais e avós de António, acabou por ser aglutinado para Alves, mas para que não restem dúvidas o nome da mãe é LUZIA e não Luísa ou até Leonor como, por vezes, aparece em certos registos. Ou seja, a parte paterna de António pertencia a Torre do Pinhão e a materna à aldeia de Barrela, a pouca distância de Vreia de Jales.  
 

A meio caminho entre Torre do Pinhão e Vreia de Jales, fica a aldeia de Barrela de Jales (vista panorâmica Google Earth)


A MÃE DE ANTÓNIO
 





Registo de baptismo de Vreia de Jales, do dia 20/12/1771, de LUZIA, filha legítima de André Ribeiro e Maria Martins, neta pela parte paterna de Domingos Martins e sua mulher Ana Martins e pela parte materna de António Afonso e sua mulher Luísa Martins. Foram padrinhos Domingos Gomes e Luzia Martins.
 
A mãe de António foi baptizada numa das mais lindas e apreciadas  Igrejas de Trás-os-Montes, cuja padroeira é Nossa Senhora da Assunção, nome esse que era também o da esposa de João Cardeal, a tia Assunção, mãe, avó e bisavó de uma parte da actual geração da família Cardeal.



Altares da Igreja de Vreia de Jales, entre os quais o de Nossa Senhora da Assunção (à direita)


 
Como acima exibimos o documento de nascimento da mãe de António Alves Cardeal, poderemos adiantar, por aproximação, as datas seguintes:
Domingos Martins/ Ana Martins, avós paternos de LUZIA, terão nascido por volta do ano de 1720.
António Afonso / Luísa Martins, avós maternos de LUZIA, terão nascido por volta dessa mesma data.
André Ribeiro/ Maria Martins, pais de LUZIA, terão nascido por volta do ano de 1745.

Usando idêntico método para os ascendentes de António Alves Cardeal, poderemos situar os nascimentos nas seguintes datas:
Domingos Alvares Longo/ Maria Alvares, avós paternos de ANTÓNIO, terão nascido por volta do ano de 1745.
José Alvares Longo / Luzia Alvares Martins, pais de ANTÓNIO, nasceram nas seguintes datas: o primeiro por volta de 1770, e a segunda em 20/12/1771.

Não deixa de ser curiosa a circunstância de terem nascido em Torre do Pinhão ou Vreia de Jales, aldeia da região mineira de Jales, e numa outra aldeia da zona, de nome Cerdeira, dois personagens que, muito embora de forma diferente, iriam marcar profundamente a aldeia de Bujões. Além de António Alves Cardeal, temos igualmente Rita Cerdeira que viria a casar com Manuel Botelho.
Por agora falaremos apenas de ANTÓNIO ALVES CARDEAL, não se sabendo se este último apelido já vinha de algum antepassado remoto ou se, pelo contrário, foi resultado de algum episódio fortuito e que era vulgar suceder na altura e cuja razão se perdeu no tempo. Talvez tivesse ele as quatros virtudes cardeais que são a  justiça, a prudência, a temperança e a força.
Seguramente, não será despropositado afirmar que CARDEAL, apelido tão ligado a um alto e importante cargo desempenhado pelos que representam ao mais elevado nível a Igreja Católica no mundo inteiro, encontrou um lídimo representante neste homem simples e bom de Torre do Pinhão, que veio para Vila Real ao encontro de uma paixão que lhe preencheu o coração e a alma. De facto, ele encontrou a companheira de sua vida na pessoa de ANA BERNARDINA DA SILVA DE BARBOSA E SOUSA. Trata-se, como adiante veremos, de uma bujoense adoptiva, que encontrou em António, outro bujoense adoptivo, um homem tranquilo e respeitado, percursores sem mácula de uma família cujas raízes cristãs se viriam a afirmar de forma tão marcante e que nos deixaram um legado de respeito e grande admiração que nunca serão esquecidos. Assim se fecha um circulo que liga Barrela de Jales,Vreia de Jales, Torre do Pinhão,  a Vila Real e a Bujões, onde irá decorrer a singular vivência desta família CARDEAL.
De notar que, também noutros locais, o apelido Cardeal se prolongou nas suas raízes, como é o caso destes exemplos:

Em 20 de Outubro de 1902, faleceu com 65 anos, tendo nascido na freguesia de Santa Marinha da Costa, Guimarães, em 1837, Francisco Alves Cardeal, filho de António José Gonçalves e Josefa Alvares Longo, de São Tiago da Torre do Pinhão. Deste local é também o pai de António Alves Cardeal, de seu nome José Alvares Longo, irmão certamente da Josefa.

E em 1877, no Largo Conde de Amarante, em Vila Real, faleceu Maria Luísa Cardeal, nascida em 1831, na freguesia de São Dinis daquela cidade. Foi aqui que António casou com Ana Bernardina.

E em 1876, com 73 anos, faleceu igualmente naquela freguesia de Vila Real, Manuel Alves Cardeal, natural de Adoufe. E noutras regiões do País o apelido Cardeal aparece com muita frequência. Ou seja, não é somente Roma  que tem imensos Cardeais!

 

O CASAMENTO DE ANTONIO ALVES CARDEAL


Igreja de São Pedro, em Vila Real

Registo do casamento entre António Alves e Ana Barbosa

 Diz o registo:
Aos 9 dias de Novembro de 1836, nesta Matriz Igreja de São Pedro de Vila Real, corridos os banhos e feito tudo o que determina o Sagrado Concilio Tridentino e Constituição deste Arcebispado de Braga, celebraram o santo sacramento de matrimónio António Alves, filho legítimo de José Alves e sua mulher Luzia Martins, já defuntos, do lugar da freguesia de São Tiago da Torre do Pinhão e residente nesta minha freguesia, com Ana Barbosa, filha legítima de Inácio Botelho da Silva Barbosa e Sousa e sua mulher Ana Bernardina, já defuntos…

 

Quer Inácio Botelho da Silva de Barbosa e Sousa, quer Ana Bernardina,  que à data do casamento da filha  já haviam ambos falecido, nasceram em Vila Real, sendo que Inácio é filho do Cavaleiro da Ordem de Cristo, Joaquim José da Silva de Barbosa e Sousa, nascido naquela cidade, onde casou em 18/3/1775 com uma senhora nobre de Vila Real – Ana Bárbara Narcisa Botelho de Queiroz e Melo de Lucena, mas viveram nas suas imensas terras em Bujões, onde o primeiro faleceu a 31 de Agosto de 1816.
Do casamento de Inácio com Ana Bernardina, viria a constituir-se a raiz que daria origem à família Botelho.
Do casamento de António Alves com a filha de Inácio e Ana Bernardina, e que também tem o mesmo nome de Ana Bernardina, surgiria a numerosa família Cardeal.
Nota: Esta matéria já consta de outras páginas deste blogue.
 


OS FRUTOS BROTAM DA ÁRVORE
Como as raízes eram boas, da árvore que António Alves Cardeal e Ana Bernardina da Silva Barbosa e Sousa plantaram ao unirem os corações na Igreja de São Pedro, logo dela nasceriam vários frutos que vieram alegrar a vida daqueles dois bujoenses adoptivos, sendo como que um contraponto às dificuldades provocadas pela morte inesperada de Inácio Botelho da Silva de Barbosa e Sousa, ocorrida em 1833, três anos após o casamento daquela filha, deixando um processo complicado de herança em que António Alves Cardeal seria envolvido e assumiria algum protagonismo.  

E veja-se como os frutos apareceram nessa linda árvore de António e de Ana, sempre de três em três anos, como um pêndulo, um relógio, oito pontos cardeais e colaterais formando a rosa dos ventos!

JOÃO, nascido em 19/11/1837
JERÓNIMO, nascido em 17/1/1840
GASPAR, nascido em 4/5/1843, F. 1871
JOSÉ MARIA, nascido em 11/4/1846
HENRIQUE, nascido em 19/6/1849 F.1860
FRANCISCA, nascida em 1/2/1852
LUISA, nascida em 2/6/ 1855
MARIA, nascida em 17/5/1858 F.1859

 
 
AS PRIMEIRAS FOLHAS CAÍDAS
No meio de grande pesar dos pais e irmãos, faleceu em 3 de Novembro de 1859, dezoito meses após o nascimento, MARIA, a primeira flor que não chegou sequer a brotar. Era a oitava filha, a mais nova.
Ela foi baptizada pelo Padre Domingos Ribeiro de Araújo, nascido em Bujões, e que foi também seu padrinho.
Seguiu-se HENRIQUE, em 17 de Janeiro de 1860, já um rapagão a caminho de 11 anos, o 5º filho, quando já era suposto pensar que o seu ramo na árvore Cardeal não seria atingido pelas epidemias que naquela época dizimavam milhares de pessoas, sobretudo crianças e os mais jovens.
Mas a família Cardeal ainda voltaria a ser atingida de uma forma mais dramática pela morte de GASPAR, em 28 de Setembro de 1871, então já com 28 anos, solteiro, e que era o 3º filho.
Na quietude da aldeia, a partida de GASPAR uniu toda a família nesse sofrimento imenso e este foi sepultado na Capela de Nossa Senhora da Conceição, no Largo do Seixo, pertencente à família dos seus antepassados, por parte da mãe. Tal Capela, por vezes também chamada de Nossa Senhora do Carmo, encontrava-se já então em fase de decadência e foi partilhada em cinco partes, tantos eram os herdeiros de Inácio Botelho da Silva de Barbosa e Sousa. 
Ele, Gaspar, seria um dos últimos bujoenses adultos a ser sepultado naquela Capela, e a quinta parte dessa Capela coube aos pais, uma vez que a esposa de António Alves Cardeal era filha de Inácio Botelho. O quinhão da  herança que lhes coube foi depois vendida a Cristóvão Pinto Barreiros, da Estrada, em 1875, conjuntamente com a Socarreira e o Olival, este a caminho de Vilarinho.
Como era natural naqueles tempos, os filhos de António Alves Cardeal e Ana Bernardina que conseguiram ir em frente, cresceram e logo casaram e tiveram imensos descendentes, sendo dispensável referi-los a todos pelo que nos vamos fixar apenas no primeiro filho JOÃO. E, mesmo assim, veja-se que a árvore não é nada pequena.

 
 
O 1º FILHO E DESCENDENTES
Nascido em 19/11/1837, JOÃO ALVES CARDEAL, o 1º filho de António Alves Cardeal e Ana Bernardina, viria a casar em Bujões em 9 de Agosto de 1866, decorrendo o acto na Igreja de S. Pedro de Abaças. A noiva era MARIA DO CARMO, filha natural de Teresa Lopes, nascida em 31 de Janeiro de 1835. Os padrinhos de baptismo de João foram Francisco Comba e Maria Lopes, de Alfarela. Os padrinhos de casamento foram António Rodrigues Comba e António Alves Cardeal.
Maria do Carmo consta no registo de matrimónio com o nome de Maria do Carmo Comba e nos registos de baptismo dos filhos consta somente o nome de Maria Comba, usando o apelido do padrinho.

Deste matrimónio nasceram os seguintes filhos:
 DOMINGOS AUGUSTO CARDEAL, em 2/4/1870.
JOSÉ MARIA, em 7/7/1872, falecido em 4/9/1874.
JOSÉ MARIA, em 2/9/1874, falecido em 26/5/1882.
ANTÓNIO, nascido em 29/6/1877


E novo ciclo de vida se iniciou, porquanto os  dois filhos de João e Maria do Carmo, que não ficaram pelo caminho, também cresceram e casaram.
Vejamos o percurso do 1º filho:
Na Igreja paroquial de Abaças realizou-se em 28/6/1900 o casamento de Domingos Augusto Cardeal com Maria Cândida Comba, filha de Joaquim Comba e Filomena Augusta Ribeiro, neta pela parte materna de Maria dos Remédios e pela paterna de avô incógnito, mas sem dúvida que o avô era o Padre Domingos Ribeiro de Araújo.
Será importante referir que a noiva, nascida em Bujões, foi baptizada na Igreja de S. Pedro de Abaças em 23/8/1877, apenas com o nome de MARIA, tendo como padrinhos Mateus Pires e Cândida Pires, de Vila Seca de Poiares. Ao seu primeiro e único nome de Maria, foi acrescentado o nome da madrinha - Cândida – daí que sempre tenha sido tratada por MARIA CÂNDIDA.
 
 
Certidão de baptismo de MARIA, nascida em Bujões em 23/8/1877, filha de Joaquim Comba e Filomena Augusta, neta paterna de António Comba e Teresa Bártolo e materna de avô incógnito e Maria dos Remédios. Nos averbamentos consta o casamento com Domingos Augusto Cardeal em 28/6/1900 e o óbito deste em 10/12/1948 e o dela em 20/6/1969.



Registo de Casmento de Domingos Augusto e Maria Cândida Comba


Quem teve oportunidade de conhecer esta bujoense, guarda dela a imagem de uma grande Senhora.
O seu nome de Cândida, que foi buscar à madrinha, faz juz plenamente ao seu modo de estar na vida e consubstancia a génese da sua distinta personalidade.
Cândida, serena, afável e bondosa, eis aqui alguns predicados que simbolizam esta personagem de Bujões que marcou a infância de muitos de nós e a quem sempre saudámos com reverência e respeito, naquela famosa varanda da família Cardeal.
 


Domingos Augusto Cardeal e Maria Cândida Comba, com Bujões e a sua casa ao fundo, em que a varanda era a imagem de marca. Foto de cerca do ano de 1930.


Do matrimónio de Domingos Augusto e Maria Cândida, nasceram muitos filhos e filhas, mas um grande número faleceu com as epidemias que levaram muitos deles para o Céu, ainda crianças.
Deixamos aqui o registo dos nomes daqueles que conseguiram ultrapassar esse destino cruel e que foram:
António Augusto Cardeal, nascido em 6/3/1903, emigrou para o Brasil, ali falecendo sem deixar descendentes.
Maria de Jesus Comba Cardeal, conhecida pela Senhora Maria da Capela, nasceu em 16/10/1914. Ficou solteira.
João Augusto Cardeal, casou com Assunção Móteo e tiveram 3 filhos: Domingos, João e Maria Irene.
José Maria Cardeal, casou com Argentina Fernandes e tiveram três filhos: Maria da Luz, Lúcia e Artur.

E a árvore continua crescendo e nunca deixará certamente de expandir lentamente os seus ramos, alicerçada nas suas poderosas raízes!

 
 
DUAS RAÍZES QUE SECARAM
E não avancemos mais, sem antes se ver o reverso da medalha ao recuarmos alguns anos e à memória dos iniciadores desta família.
Enquanto, por um lado, se iam sucedendo os netos, enchendo de alegria o coração dos avós- António Alves Cardeal e Ana Bernardina- também vieram as primeiras lágrimas quando alguns deles partiam cedo, pequenos anjos a caminho do Céu.
E de repente, também os patriarcas da família adoeceram quase em simultâneo e, num ápice, unidos no mesmo destino, não tiveram sequer tempo para sentir fortemente a saudade, deixando a aldeia a caminho da vida futura.
Com efeito, em 29 de Dezembro de 1881, partiu para sempre Ana Bernardina e, nem um mês decorrido, em 25 de Janeiro de 1882, foi ao seu encontro aquele que, em vida, e a seu lado, vivera todas as alegrias e dramas da construção de uma família que hoje continua fortalecida e orgulhosa daqueles que são o símbolo das suas raízes.
E como acontece um dia a todos que nascem, eles partiram, mas antes de o fazerem deixaram neste mundo e naquela pequena aldeia onde viveram muitos anos, as sementes que depois brotaram e frutificaram, entrelaçando-se com outras famílias, quer em Bujões, quer noutros locais, continuando a saga que é o destino da maioria dos seres humanos.
E lá do Alto, António e Ana não deixarão de sentir alegria e redobrado orgulho naqueles que continuam hoje a honrar e a prosseguir os caminhos que eles desbravaram com muitas dificuldades, naquela aldeia onde nenhum deles nasceu, mas onde decorreu grande parte das suas vidas, hoje aqui justamente relembradas, e onde se finaram a caminho do Além.
 
 

O SONHO DO BRASIL
Nos finais do século dezanove e princípios do século vinte, BUJÕES, como muitas povoações em redor e por toda a província transmontana, despovoou-se a caminho do sonho brasileiro, em busca de uma vida melhor.
Assim que acabada a escravatura, aqueles imensos  campos onde se cultivavam  a cana de açúcar, flores, café, frutas, em  fazendas e  outras culturas que absorviam milhões de emigrantes de todo o Mundo, muitos bujoenses verteram o seu suor e muitas vezes lágrimas de sangue porque a prometida árvore das patacas não passou na maior parte dos casos de um sonho, uma miragem.
Para ali partiram também muitos membros da família Cardeal, a primeira das quais LUIZA ALVES CARDEAL, minha avó, na companhia do marido ANTÓNIO BAPTISTA PAULA e de sua filha Natividade, no longínquo ano de 1892.
Regressaram cedo, porque não só a vida era dura, como também, por cá, a morte da mãe de António, Lucrécia Moreira, que ficara com os netos, ainda crianças, obrigou ao seu regresso, por aí terminando os seus sonhos.
Depois disso, outros membros da família Cardeal embarcaram e engrossaram essa diáspora sem fim, que ainda hoje persiste, com outros destinos, mas já não mais aquela gente tão humilde e sofredora.
Lembramos, aqui, aqueles que pelo seu esforço e sacrifício seguiram tal caminho, e alguns deles conseguiram mesmo assinalável sucesso, nunca esquecendo Bujões nem a sua família querida, nem mesmo o povo amigo da sua aldeia natal que levaram em excursões de autocarro a conhecer vários locais de Portugal.


1909 -
MANUEL CARDEAL                                      
1913 -
ANTÓNIO DOS SANTOS  CARDEAL
                   -  Antónia Conceição Alves - esposa 
          - António dos Santos Cardeal (filho)
1916 -
ANTÓNIO DOS SANTOS CARDEAL
          - Maria da Conceição (2ª esposa)
          -  José (filho)
          - Custódia (filha)
          - José dos Santos Cardeal (filho)
          - Ângela Alves Cardeal (filha)
1918 -
FILOMENA DOS SANTOS CARDEAL
           - Maria Alzira Alves Messias (filha)
           - Manuel Alves Messias (filho)
           - Teresa Messias (filha)

1922 -
MANUEL DOS SANTOS CARDEAL
           - Maria de Jesus (filha)
           - Antónia dos Santos Cardeal (filha)
           - José dos Santos Cardeal (filho)         
1928 -
ANTÓNIO AUGUSTO CARDEAL

  

O passaporte de António Augusto Cardeal, de 1928.
 

 
DESCENDÊNCIA DOS FILHOS DE ANTÓNIO E ANA 
 
JERÓNIMO, 2º filho de António Alves Cardeal e Ana Bernardina, nasceu em Bujões em 27/1/1840 e aos 32 anos casou com LUISA DOS SANTOS, filha de Gaspar do Carmo e Ana dos Santos, precisamente no dia 5 de Fevereiro de 1872, na Igreja de São Pedro de Abaças.
Do matrimónio entre Jerónimo dos Santos Cardeal e Luísa dos Santos, nasceram os seguintes filhos:
MANUEL DOS SANTOS CARDEAL, nascido em 10/2/1875.
ANTÓNIO DOS SANTOS CARDEAL, nascido em 28/4/1877

MARIA DOS SANTOS CARDEAL, nascida em 1878 e que casou no ano de 1900 com Diogo Barbosa.
SEBASTIÃO DOS SANTOS CARDEAL, nascido em 28/4/1879
FILOMENA DOS SANTOS CARDEAL, nascida em 3/11/1880
FILOMENA DOS SANTOS CARDEAL, nascida em 12/8/1882


Jerónimo, faleceu em 11/6/1884, com apenas 44 anos.                                                  

...

JOSÉ, conhecido por JOSE MARIA ALVES CARDEAL, o 4º filho de António Alves Cardeal e Ana Bernardina, nascido em Bujões em 11/4/1846, contraiu matrimónio com JOANA ALVES BARBOSA, filha de Francisco Alves, de Fontelo, e Rosa Barbosa, de Bujões, no dia 12/4/1877.

Deste matrimónio nasceram os seguintes filhos:
MARIA, nascida em 1878 e falecida em 1884
DELFINA ROSA, nascida em 10/9/1880 e falecida em 1884
TERESA, nascida em 23/2/1883 e falecida em 20/1/1953
ANTÓNIO, nascido em 1885 e falecido em 22/8/1886
MANUEL, nascido em 6/4/1889 e falecido em 16/4/1964
DELFINA DAS DORES, nascida em 16/4/1894, falecida em 2/11/1972.

 

SILVINA, de 25 dias de idade, pouco mais ou menos, faleceu em Bujões. Tinha sido abandonada na RODA em Vila Real e entregue pela Comissão Distrital ao casal Jerónimo Cardeal e Joana Barbosa. Apesar deste gesto tão bonito, pois queriam transmitir o seu amor a uma das muitas crianças abandonadas, a sorte não acompanhou o casal, nem a Silvina. Foi baptizada em 14/8/1884 e faleceu em 9 /9/1884.
...
LUÍSA ALVES CARDEAL, a 7ª a nascer, no ano de 1855, do matrimónio entre António Alves Cardeal e Ana Bernardina, conseguiu sobreviver naqueles anos de terríveis epidemias e  viria a casar com António Baptista Paula, em 6/5/1880, de 21 anos de idade, filho de João Baptista Paula e Lucrécia Moreira.
E ambos puseram mãos à obra e os filhos foram nascendo pela seguinte ordem:
MARIA DA CONCEIÇÃO, nascida em 2/5/1881
NATIVIDADE, nascida em 2/4/1883
MANUEL, nascido em 9/1/1886
FRANCISCA, nascida em 7/4/1888
ENGRÁCIA, nascida em 4/2/1890
JOÃO, nascido em 6/6/1895
MARIA AUGUSTA, nascida em 17/2/1898
JOSÉ, nascido em 26/3/1900
Vários destes filhos deixaram este mundo ainda crianças e um deles, JOÃO, viria a ficar cego, 9 meses após ter nascido, tornando-se o mais conhecido de todos os irmãos e passou à história como o JOÃO CEGO, de Bujões, meu saudoso PAI!
Todavia, por ironia do destino, nenhum destes filhos de Luisa Alves Cardeal foi registado com o apelido da mãe, embora, por vezes, fossem conhecidos e tratados com fazendo parte da familia Cardeal. Contudo, por estas bandas o apelido extinguiu-se, com muita pena, mas o sangue tem o ADN do pioneiro António Alves Cardeal.
E uma questão pertinente pode ser colocada, por fim, perguntando: Então ainda existe mais gente de Bujões com o apelido CARDEAL?
Concerteza que existe. Mesmo que possa haver alguma falha na compilação destes dados, ainda assim não abordámos  as três últimas gerações (os netos, bisnetos e trinetos de António Alves Cardeal e Ana Bernardina Barbosa). Alguns são ocasionalmente referidos, mas a esmagadora maioria não é fácil mencioná-los.
Vejam apenas um caso:  

MANUEL DOS SANTOS CARDEAL, nasceu em Bujões em 10/2/1875,  sendo filho de Jerónimo Cardeal e Luísa dos Santos. Casou em 21/7/1898 com Angelina da Conceição, de 17 anos, filha de Diogo Francisco e Ana Lopes. Angelina faleceu em 1921 e o óbito de Manuel ocorreu em 10/8/1960.
Foram testemunhas de casamento – Manuel Botelho e António Paula (meu avô, que viria a casar com Luísa Alves Cardeal)
Tiveram os seguintes filhos:
MARIA DE JESUS CARDEAL, nascida em 1906.
ANTÓNIA DOS SANTOS CARDEAL, nascida em 1913
JOSÉ DOS SANTOS CARDEAL, nascido em 1918

Nota: A primeira é a tia Maria do Correio, mãe do tio José Cardeal. Este  vive em Lisboa e vai a Bujões, de vez em quando, e  também tem filhos.
E quantos mais Cardeais haveria se  o objectivo fosse o de  os mencionar a todos?  São imensos!!!
Não podemos deixar de referir que neste trabalho tivemos a prestimosa colaboração de Maria Irene Móteo Cardeal, Liliana Cardeal Oliveira e Claudia Cardeal Oliveira, esta co-autora do blogue, e de Maria da Glória Botelho Cardeal e Maria da Luz Fernandes Cardeal. O video que consta no final desta página, coordenado pela Cláudia, tem a marca e a qualidade condizente à família que retrata, exibindo alguns personagens de uma família que sempre se destacou pelos principios de elevação moral que fazem parte da sua génese.
 
 
UMA VARANDA HISTÓRICA!
 


 
Era assim há muitos e muitos anos. Como tudo na vida, o novo se faz velho, mas as recordações, as vivências humanas, essas  o tempo não apaga, porque a memória não morre.
Se olharmos atentamente para esta varanda é facil imaginar o rosto sereno e sorridente da Senhora Maria Cândida Comba Cardeal. É fácil vermos o seu marido - Domingos Augusto Cardeal - sentado na cadeira, fiel companheira do sofrimento e das amarguras da sua doença. E na roda da vida, idêntico destino coube à sua inesquecível esposa, Senhora Maria Cândida, tantos anos ali sentada, sempre afável e tranquila, conselheira de jovens e adultos.
Imagine-se, até, o corropio dos filhos, mulheres, netos e tantos e tantos familiares e amigos, que subiram aquelas escadas,  ali defronte da velha amoreira que se ergueu encostada ao muro da Socarreira.
 
Dia de boda na casa Cardeal. Casamento de Assunção  Móteo e João Cardeal
 
Tantas e tantas fotografias, retratos antigos de um precioso espólio que esta varanda da familia Cardeal proporcionou e são hoje património de uma família e desta  pequena aldeia, orgulhosa dos seus antepassados.
E quantas excursões a Fátima para o povo de Bujões aqui mesmo foram planeadas?


Bujoenses por esse Portugal além, a caminho de Fátima, santuário de fé!

Parque dos autocarros em Fátima.
 
 
Mas por muito que louvemos e lembremos, nenhuma personagem marcou mais esta casa do que a Senhora Maria de Jesus Comba Cardeal, a sempre inesquecível Senhora Maria da Capela.


MARIA DE JESUS COMBA CARDEAL, simplesmente MARIA DA CAPELA

 
Era tal o seu empenho no arranjo da pequena Capela de Santo Amaro que, certamente, terá hoje lugar de destaque no paraíso dos eleitos de Deus. E como esquecer o seu entusiasmo e dedicação para que Bujões tivesse uma nova Capela, hoje orgulho de todos os bujoenses?


 
A beleza da Capela do Senhor do Calvário.


 E o entusiasmo com que mobilizava as crianças para a catequese e os adultos para o Coro de Bujões, em cuja casa ensaiavam, sob a batuta de meu pai, também ele um Cardeal!
E as lindas flores que ela apanhava para colocar nos vasos de cada pedestal dos santos e no altar da Capela! Toalhas, paramentos, opas, tudo sempre lindo e lavado, purificado mesmo pelas mãos desta bujoense que não deverá nunca ser esquecida.
De certo, que quando se apresentou diante de Deus, lhe foi dado o destino que merecia- colher para Ele as mais lindas flores dos jardins que embelezam aquele lugar tão sonhado por todos os que acreditam no paraíso dos eleitos!
 
 








Em algum sítio parecido com estes, junto de seus pais, familia e amigos, sob a presença omnipresente de Deus, se imagina a figura incontornável da bujoense que mais o serviu na sua aldeia, sem nada exigir em troca! O próprio nome marcou o seu destino...

Maria ... de Jesus!

Uma Cardeal ao serviço de Deus!
 
 
Ut in Omnibus Glorificetur Deus!
Para que em tudo Deus seja glorificado!
 
 

 

 
 


 
                                              Video
 
 

13 de Março de 2014         

43 comentários:

  1. Fantástico. O meu pai também e Cardeal. Neto da Teresa Cardeal e do Abilio Messias. Muito interessante.

    Filipa Santos

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    1. Olá Filipa Santos. Você é uma habitual leitora do blogue e por isso quero agradecer o seu comentário e dizer-lhe o seguinte. É impossível numa página destas colocar todos os descendentes da familia iniciada por Antonio Alves Cardeal e D. Ana Bernardina Barbosa e Sousa.
      O seu pai é um Cardeal a 100% , como era meu pai e como seria eu, mas o apelido Cardeal não nos foi acrescido ao nome.
      Teresa Cardeal, nascida em 23 de Fevereiro de 1883 era filha de José Maria Cardeal e Joana Barbosa e faleceu em 20 de Janeiro de 1953.
      Acontece que quando ela casou em 16/12/1906 com Abilio Messias, filho de António Joaquim Messias e Engrácia Teresa Exposta, tinham ambos 23 anos, Em vez de usar o nome completo de Teresa Barbosa Cardeal, ela consta nos registos somente como Teresa Barbos e creio até que num registo como Maria Teresa Barbosa, ficando esquecido o Cardeal.
      É curioso referir que as testemunhas do seu casmento foram António Cardeal, então ainda solteiro e Clotilde das Dores, também solteira, que é mãe do Dr. Germano Correia Botelho e Sr. Manuel Correia Botelho, hoje com 93 anos, os únicos filhos do 2º casamento com Manuel Pires Correia que ainda estão felizmente vivos.
      Quer a sua avó, a saudosa tia Anunciação, quer a tia Maria da Esperança, que casou com Manuel Maria dos Santos Penalva, são as filhas mais conhecidas deste casat formado por Abilio Messias e Teresa Barbosa Cardeal. Para mim que sei que há inúmeros Cardeal com origem nesta familia muito especial de Bujões, sempre me seduziu tentar saber algo sobre uma CARDEAL que era filha de Manuel dos Santos Cardeal e Angelina da Conceição e que tinha um nome muito original e belo! FLORISSA CARDEAL, nascida em 5 de Junho de 1908. Ainda um dia hei-de conseguir algo mais sobre ela... mas a árvore completa é uma tarefa para outros... Cumprimentos e obrigado..

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    2. Gostei muito do texto e saber mais um pouco da minha família ! Somos cardeal tbm e somos muito , de origem nordestina e mantemos contato pelo brasil todos , somos muitos cardeal ainda juntos .

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  2. Sou de Vilarinho e conheci algumas pessoas desta familia que eram pessoas respeitadas e educadas como poucos. Minha mãe falava muito da SEnhora de Bujões que tratava da Capela e ao ler esta história fiquei encantada que haja alguém que nos faça lembrar coisas do passado e dê muito valor às pessoas simples mas que fizeram coisas maravilhosas pela sua terra. Parabéns a este lindo blogue . M.S. Santos

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  3. Excelente trabalho de investigação, feito também com muito carinho familiar.

    Gosto muito da região do planalto de Jales. A minha família é de aldeia das freguesias de Vreia de Jales e de Alfarela de Jales.

    Por isso e por ter alguma experiência de pesquisa em livros paroquiais posso assegurar-lhe que não existe nenhuma aldeia Borralha mas sim Barrela de Jales. A grafia antiga era Barrella de Jales. Isso e a caligrafia do Padre torna a interpretação difícil.

    Parabéns por este excelente texto.

    Victor João

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  4. Ao nosso leitor Sr. Victor João o meu obrigado não só pelo comentário como especialmente pelo facto de ajudar a esclarecer que o lugar da Borralla, como se deduz da leitura do registo paroquial, se trata, afinal,da aldeia de Barrela de Jales. Já emendei e até coloquei uma foto panorâmica dessa aldeia, que tem uma ponte romana feita certamente para facilitar o caminho até às minas... São estes os locais que fazem parte do percurso de vida dos antepassados que deram origem à família Cardeal, de Bujões, aldeia também ela, por outras razões,com fortes vestigios na sua história da presença romana. Obrigado e bem haja!

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  5. Gostei muito desta história da familia Cardeal e dou os meus parabéns pela forma como se fala das pessoas e das suas qualidades. Parabéns
    M.Graça
    São Paulo

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  6. Adorei esta história meu sobrenome e cardeal, é gostei muito de saber tudo isto é meus dois sobrenome aparece o cardeal e o Augusto.

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  7. minha mãe é pernambucana de serra Talhada da família Cardeal

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  8. Meu nome é Maurício Alves Cardeal , moro em São Paulo- Brasil , tenho apenas informação que meu bisavô chama-se Guilherme Alves Cardeal, nascido no final do século XIX, será que temos algum grau de parentesco ? . Parabéns pelo trabalho !

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    1. Olá Maurício Alves Cardeal. Obrigado pelo seu comentário.O apelido Alves Cardeal tem raízes em vários pontos de Portugal e, certamente no Brasil. Seu bisavó Guilherme Alves Cardeal nasceu onde? Tem algum dado que relacione sua familia com Portugal? Se tem, mande todos os elementos para mim por email jvpaula@netcabo.pt . Tentarei ajudar a encontrar as suas origens... Um abraço JVpaula

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    2. Vou investigar se consigo alguma documentação , obrigado !

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  9. 0 MEU AVÔ ERA ANSELMO CARDEAL PENSO QUE NASCEU UM LOUSA,PERTO
    TORRES VEDRAS POR VOLTA DE 1820,CONSTITUIU FAMILIA EM SACAVEM TEVE MUITOS FILHOS ENTRE ELES BEATRIZ CARDEAL,LAURA CARDEAL,JUVENIO CARDEAL, MARIA CARDEAL E O MEU PAI JAIME VICENTE CARDEAL, QUE SERVIU O EXERCIT0 EM SACAVEM ONDE CONSTITUIU TAMBEM FAMILIA ONDE NASCEU A MINHA IRMÃ ELVIRA CAREAL E EU GABRIEL ANTONIO CARDEAL.TIVE DOIS FILHOS GABRIELA CARDEAL E JOÃO CARDEAL.
    NÃO SEI SE PERTENCIAREI Á VOSSA FAMILIA, MAS DESDE RAPAZ QUE PROCURAVA CONHECER ALGUEM MAS SÓ AGORA COM AS NOVAS TECNOLOGIAS
    CONSEGUI SABER QUE HÁ TANTA GENTE COM O MEU APELIDO.HOJE JÁ TENHO 80 ANOS, MAS O GOSTO DE SABER ALGO NÂO DIMINUIU_HOJE TENHO UMA SEGUNDA CASA NUM ALDEIA QUE PERTENCE A ESTREMOZ E QUAL NÂO FOI O MEU ESPANTO QUE UM DIA VI OUTRA ALDEIA DESTE CONCELHO QUE SE CHAMA CARDEAIS; JA LÀ FUI VER SE DESCOBRIA A CAUSA DO NOME OU SE HAVIA ALGUM HABITANTE COM ESSE APELIDO MAS NÂO CONCEGUI NENHUMA INFORMAÇÂO COMO AGORA TIVE CÁ O MEU FILHO QUE SABE MOVIMENTAR-SE NA INTERNET PEDI-LHE QUE TENTASSE SABER ALGO SOBRE O MEU NOME E EIS QUE ELE DESCOBRIU ESTA FAMILIA.GOSTARIA QUE FOSSE VERDADE QUE EU TIVESSE CONSEGUIDO SABER DOS MEU ANTEPASSADOS.EXISTE EM CASCAIS UM SENHORA QUE É ARTISTA DE TEATRO QUE USA O NOME DE MARIA CAREAL, NÃO SEI PERTENCE OU NÃO

    QUERO AGRADECER Á PESSOA QUE SE DISPONIBILIZOU PARA FAZER ESTA RECOLHA E DESEJAR-LHE AS MAIORES FELICIDADE. GABRIEL CARDEAL

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  10. EU DULCE CARDEAL SOU MULHER DO GABRIEL,ELE É QUE É DESCENDENTE DOS CARDEAIS EU APAREÇO POR O E MAIL ESTAR EM MEU NOME.
    MUITO OBRIGADA POR TUDO O QUE CONSEGUIRAM SABER .O MEU MARIDO VIVIA NUMA VONTADE SEM LIMITES DE SABER COMO TINHA ESTE APELIDO.

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  11. Parabéns por esse blog fiquei surpreso e muito feliz por ter visto aqui o nome do meu avô e minha avó meu tio e minha tia estou lisonjeado estou perplexo irradiante só tenho agradecer muito obrigado.

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  12. eu não sei quem é pessoa, mas gostava de saber, não sei se o tal anselmo era da vossa familia.muito obrigada dulce cardeal

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  13. Sou descendente dos cardeais e gostaria muito de encontrar pessoas da minha família em Portugal.
    O nome do meu avô é Carlindo Cardeal de Miranda, filho de João Cardeal e neto de Galdino Cardeal.

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    1. Olá Louise Cardeal
      No mundo existem imensas familias com apelido Cardeal. Para tentar dar-lhe alguma orientação para a descoberta de eventuais familiares em Portugal é preciso saber o local de nascimento e data ou pelo menos o ano, desde que anterior a 1910, de um ou mais ascendentes seus. Se conseguir esse elemento mande para mim pelo email jvpaula@netcabo.pt Tentarei ajudar. Desculpe a demora na resposta.

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  14. Bom dia, meu nome é Adelson Santos Cardeal moro em Jequié, Bahia, Brasil.
    Tenho o sobrenome Cardeal, seria possível ser um decenddesce de ANTÓNIO ALVES CARDEAL.

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  15. Caro Adelson Santos Cardeal
    Para saber a sua ascendência quanto ao apelido Santos Cardeal, tem que começar por seus pais ( algum deles já tinha esse apelido? ou um era Santos e o outro Cardeal? ). Depois vai pesquisando seus pais ( onde nasceram) aí já fica a saber o nome de seus avós, e onde nasceram e por aí adiante até haver registros. As Igrejas católicas têm registos de baptismo, casamento e óbitos, e têm serviços próprios para obter certidões desses registros. Talvez cobrem algo por esse serviço. Existe também um sitio na Internet ( Family Search) que tem registos da Baía e de muitos locais do Brasil e que pode consultar livremente. Eu já verifiquei que não aparecem registos da cidade onde vive, mas o que lhe interessa é a Igreja onde foi baptizado, se acaso isso sucedeu. Depois é muita paciência e pode chegar a Portugal ( quem sabe?) Aqui temos registos desde 1620/1650 e são consultáveis via internet, mas para isso tem de saber o local de nascimento ( paróquia) e paciência para "pescar". Existem muitos Cardeais em vários locais de Portugal e muitos portugueses que emigraram para o Brasil e que são a raíz de muitos descendentes desses bonitos apelidos Santos e Cardeal . Qualquer dúvida fico ao dispor no meu email jvpaula@netcabo.pt
    Cumprimentos
    José Ventura Paula

    sobe aos seus avós e por aí acima . Tanto o apelido Santos, como o apelido Cardeal são as raízes de imensos brasileiros e podem ter origem em Portugal. Para isso é preciso recorrer à paróquia onde foi batizado e começar a construir a sua árvore genealógica, descobrindo aos poucos os seus antepassados

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  16. MARCO ANDRÉ CARDEAL SAÚDE12 de junho de 2020 às 14:35

    QUERIA SABER A ORIGEM DESSE MEU PARENTE SEBASTIÃO JACINTO CARDEAL. ELE MORAVA EM ILHA BELA.SAO PAULO. VIRAM DE PORTUGAL SEUS PAIS?

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  17. Sou de Vitória-ES e o sobrenome começou como VENTURA CARDEAL, hoje somos somente CARDEAL e somos muitos no Espírito Santo.

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  18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. Sei que minha família veio do Nordeste, só não sei de que Cidade.

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  21. Olá, tudo bem? Sabe dizer pra qual estado do Brasil o António Augusto Cardeal migrou?

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    1. Conforme a Jacqueline pode analisar no documento (passaporte de então) emitido em nome de António Augusto Cardeal, filho de Domingos Augusto Cardeal e Maria Cândida Comba, nascido em Bujões em 6/3/1903, tinha 25 anos quando foi para o Rio de Janeiro ( o documento está no texto acima), onde consta que morreu solteiro não deixando descendentes. Todavia, veio inúmeras vezes passar longas temporadas a Bujões, em férias. Há outros Cardeal que constam por exemplo da página do blog "Os bujoenses que rumaram ao Brasil" e há inúmeras famílias em Portugal, Brasil e noutros países com o apelido Cardeal.
      Cumprimentos
      JVPaula

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  22. PARABENS POR ESTA publicação faço parte deste sobrenome CARDEAL
    MARCOS ANTONIO CARDEAL ABRAÇAO

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  23. Ola...sou bisneto de um Cardeal, vou requerer cidadania portuguesa e gostaria de saber mais sobre esse blog...tenho fotos de meus bisavos e posso envia-las!

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  24. Ola...sou bisneto de um Cardeal, vou requerer cidadania portuguesa e gostaria de saber mais sobre esse blog...tenho fotos de meus bisavos e posso envia-las!

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  25. Legal... Sou neto de custodia. Foram para Sao Paulo junto c seu pai Antonio cardeal

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  26. A todos os amigos de apelido CARDEAL, como é o caso de Pedro e João Miguel, se são netos ou bisnetos de alguma das pessoas que fazem parte da família Cardeal, família esta que ainda tem continuadores na aldeia de Bujões-freguesia de Abaças, concelho de Vila Real,Portugal, não pode concluir que essa família se expandiu pelo mundo inteiro. Há milhares de outras famílias com o apelido CARDEAL em vários locais de Portugal, de Espanha, de Itália, do Brasil e outros países. Quem tiver a certeza que é CARDEAL com origem em Bujões ( pais, avós, bisavós, trisavós, tetravós, etc,) só tem que pesquisar no Arquivo Distrital de Vila Real - Documentação, Paroquiais, Paroquia de Abaças, e desde 1593 até 1910, ou mais, encontra nascimentos, casamentos e óbitos, de todos os que ali tiveram origem. Se não conseguir, mande mensagem para mim para jvpaula@netcabo.pt que eu ajudo. Todos os netos de portugueses têm direito à nacionalidade portuguesa, desde que comprovem essa ligação familiar. Coisa fácil. Um abraço para todos e obrigado por serem Cardeais, não como os de Roma, mas como os de Bujões ou outro lado qualquer. Eu, por exemplo, tenho como minha avó paterna Luísa Alves Cardeal e meu pai,filho dela, acabou ficando Paula e eu também. Todos esses bujoenses, quer sejam Cardeal, quer sejam Paula, Comba, Barbosa, Botelho, Oliveira,Araujo, etc etc, merecem todo o respeito por serem eles quem contribuiram há muitos e muitos anos para que, também nós, tivessemos vindo conhecer este mundo. Mesmo com esta pandemia de COVID valeu apena visitar o planeta Terra e muito mais conhecer a antiga "cidade" de Bujões com os seus 200 habitantes, mais ou menos.Um prédio daqueles do centro de S. Paulo dava para cabermos todos!

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  27. Meu tataravo foi Galdino Cardeal da Costa, se não engano eram 14 irmãos, veio para cidade de Arari,hoje Itamogi MG. A Família Cardeal é a maior da cidade de Itamogi , São Sebastião do Paraíso, Monte Santo de Minas.

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  28. Olá sou Heladio Siqueira Cardeal,filho de Hamilton Sant'Anna Cardeal e Maira Izabel Siqueira e aqui no sertão de Alagoas tem muitos Cardeal e tenho esse sobrenome TB e gosto dessas história.....QR agradecer a TDS q fazem parte dos cardeal !!!

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  29. Maura Izabel Siqueira....corrigindo.

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  30. CLEMILDE ALVES CARDEAL17 de agosto de 2021 às 05:53

    Meu nome é clemilde Alves Cardeal agora casada adotei de Jesus meu pai se chama cardeal filho do Piauí legal gostei muito do documentário, mais não conheço meu pai nem eu nem meus irmãos também não o connhce. O nome dos meus irmãos é Clemilton Alves Cardeal e Edgar Alves Cardeal.
    Minha mãe foi casada com meu pai separou ainda eramos pequenos não lembramos de nada dessa época ,minha mãe se chama Izaura Alves Cardeal por ser csada com ele.
    Mais o alves é da parte de minha vó materna, afinal gostaria muito de encontrar meu pai pode me ajudar.

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  31. Muito legal saber a origem do nome cardeal

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  32. Nao tenho cardeal no nome mas acho minha mae e eu muito parecidas a d, maria cardeal e segundo calendário Maia pertenço a a familia cardeal

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